segunda-feira, 12 de abril de 2010

OS NOVOS 4Ps DO MARKETING: pulseiras, professores, pais e políticos


Adolescência e linguagem...

Conhecidas como "pulseiras da amizade", o acessório de maior fetiche entre os adolescentes tem se revelado nas ultimas semanas como o mais barulhento entre muitas representações: professores, pais, políticos e outros.
As "pulseiras da amizade", na verdade um pedacinho de plástico existente em várias cores, tem funcionado como código entre adolescentes podendo significar ações e (re)significar relações. Ao usar uma pulseira com uma determinada cor/significado (ex: preta = sexo), o sujeito fica ciente de que a mesma sendo rompida implicará na prática ou ação correspondente ao seu significado.
Alguns casos de violência sexual foram registrados em todo o país, sendo a responsabilidade atribuída às pulseirinhas. Pobrezinhas! Fico imaginando cada cor chorando solitariamente por ter sido culpada. Ou então vibrando de felicidade (e de hormônio) por algum orgasmo bem sucedido.
Enfim. Verdade é que escolas proibiram seu uso, a família esteve de acordo e o governo está elaborando projeto de Lei para proibição do uso em nível nacional.
PULSEIRAS, PROFESSORES, PAIS E POLÍTICOS se convertem em novas instituições. Ou melhor, podem se identificar em novas instituições ainda sem nome, mas decerto falidas: ESCOLA/EDUCAÇÃO, FAMÍLIA E GOVERNO.
Pilares que não se sustentam mais, face a grande crise de percepção que vivem, necessitam de algum posicionamento pois a sociedade também espera dessas instituições alguma reflexão decente.
Considerando tratar-se de um público "educado/formado" pela televisão, pela Internet e pela rua, acredito que os adolescentes deste século têm muito mais informação sobre corpo, sexo e linguagem do que as gerações anteriores. E se sabem menos sobre esses temas, isto revela a ineficiência da educação, da família e da política, quando sobretudo o que está em evidência é a falta de educação doméstica (devido aos baixos salários, falta de saneamento, saúde, educação e condições dignas de moradia).
Proíbe-se o uso das pulseirinhas, mas e as salas de bate-papo e sites de pornografia? E as novelas? E o shopping? E a rua? E a moda? E a violência? E a linguagem das tribos?
Pode-se destituir um código, mas nunca uma linguagem!!!

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